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Minha Abordagem: Gestalt-terapia

A Gestalt-terapia, uma abordagem terapêutica centrada na experiência presente e na autoconsciência, tem suas raízes profundamente entrelaçadas com a fenomenologia e a psicologia da Gestalt, passando por influências cruciais de pensadores como Franz Brentano e desenvolvida por figuras chave como Fritz Perls.
 

A história começa com a fenomenologia, uma filosofia iniciada por Edmund Husserl, que enfatiza a importância da experiência direta e da percepção do indivíduo. A fenomenologia propõe que para compreender verdadeiramente um fenômeno, devemos nos ater à forma como ele é vivenciado subjetivamente, sem preconceitos ou teorias preexistentes. Husserl introduziu conceitos como a *epoché*, a suspensão de julgamentos, para focar na essência das experiências. Esta filosofia influenciou profundamente a psicologia da Gestalt e, subsequentemente, a Gestalt-terapia.
 

A Psicologia da Gestalt, desenvolvida por Max Wertheimer, Kurt Koffka e Wolfgang Köhler, surgiu no início do século XX como uma reação ao estruturalismo e ao behaviorismo, que fragmentavam a experiência humana em componentes isolados. Os psicólogos da Gestalt argumentavam que o todo é diferente da soma de suas partes, e que a percepção humana organiza padrões de maneira intrínseca e automática. Eles introduziram conceitos como figura e fundo, que descrevem como percebemos elementos em relação ao contexto, e princípios de organização perceptual, como proximidade, semelhança e continuidade.
 

O Franz Brentano, mentor de Husserl, também desempenhou um papel crucial ao introduzir a ideia de intencionalidade na psicologia. Brentano argumentou que a consciência está sempre direcionada a algum objeto, que os atos mentais são intencionais e que essa intencionalidade é a característica definidora da mente. Esta ideia influenciou não apenas Husserl, mas também a psicologia da Gestalt e, eventualmente, a Gestalt-terapia.


A Gestalt-terapia foi formalmente desenvolvida por Fritz Perls, juntamente com Laura Perls e Paul Goodman, nos anos 1940 e 1950. Fritz Perls, inicialmente treinado em psicanálise, ficou insatisfeito com o foco no passado e na interpretação simbólica da psicanálise. Inspirado pela fenomenologia e pela psicologia da Gestalt, Perls propôs uma abordagem terapêutica que enfatizava a experiência presente e a autoconsciência. Ele acreditava que os indivíduos poderiam resolver seus problemas mais eficazmente ao se tornarem mais conscientes de seus sentimentos e comportamentos no momento atual.


Os principais conceitos teóricos da Gestalt-terapia incluem o aqui e agora, que foca na experiência presente, evitando a excessiva preocupação com o passado ou o futuro. O conceito de autoconsciência é central, incentivando os indivíduos a reconhecerem suas emoções, pensamentos e comportamentos em tempo real. A responsabilidade pessoal é outro pilar, onde os indivíduos são encorajados a assumir a responsabilidade por suas ações e sentimentos, em vez de atribuí-los a fatores externos.
 

A Gestalt-terapia utiliza várias técnicas para promover esses objetivos. Os experimentos são atividades terapêuticas que ajudam os indivíduos a explorar novas maneiras de ser e interagir. A técnica da cadeira vazia é frequentemente usada para permitir que os pacientes dialoguem com partes de si mesmos ou com outras pessoas significativas em suas vidas, facilitando a resolução de conflitos internos e a integração de diferentes aspectos do self. O diálogo fenomenológico entre terapeuta e paciente visa explorar a experiência subjetiva do paciente, ajudando a trazer à tona insights e promovendo mudanças comportamentais.
 

Em resumo, a Gestalt-terapia é uma abordagem rica e dinâmica que integra princípios da fenomenologia, psicologia da Gestalt e influências filosóficas de Brentano. Desenvolvida por Fritz Perls e seus colaboradores, esta terapia foca na experiência presente, na autoconsciência e na responsabilidade pessoal, utilizando técnicas inovadoras para ajudar os indivíduos a se tornarem mais integrados e conscientes de si mesmos. Essa abordagem terapêutica continua a ser uma contribuição significativa para o campo da psicoterapia, oferecendo ferramentas poderosas para o crescimento e a cura emocional.

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